Engenharia de hardware conceitual é sempre algo que encanta a alguns e desafia a outros. No princípio dessa tecnologia, os mouses eram objetos muito estranhos. Atualmente, apontar os cursores pela tela toda já não encantam mais ninguém. Contudo, se voltarmos quase 50 anos na história, veremos que os primeiros mouses eram inovadores e tão incríveis que ter uma dessas peças era quase um adicional de status!
Durante a década de 1960, Douglas Engelbart pensou em diversas maneiras de aumentar a interatividade do usuário com aquilo que se tinha nas telas naquela época. Por isso, quando falamos que os mouses evoluíram – e muito – não estamos mentindo. Imagine algo parecido com uma pequena caixinha de madeira com um botão. Este foi o primeiro protótipo de mouse produzido. Até então, esse periférico não tinha lá muita serventia. Afinal tudo o que se precisava em um computador era um teclado para comandar os textos. Porém, com a chegada do computador Lisa, da Apple, as coisas começam a mudar.
A interface gráfica que a empresa de Steve Jobs trouxe ao mercado fez necessário ter um objeto que permitisse controlar uma seta capaz de percorrer a tela toda.
O princípio básico desta invenção era fazer com que os eixos X e Y respondessem ao estímulo de movimentação através de dispositivos parecidos com “rodas” que captavam o caminho feito pelo usuário e traduziam para que o computador movesse o cursor.
A partir daí, as mudanças foram epidêmicas. Depois deste, milhares de ideias começaram a aparecer até que o famoso mouse de bolinha apareceu e se manteve como campeão de vendas por um bom tempo.
Mouses mais velozes e precisos
Foi só no início dos anos 2000 que os mouses óticos começaram a deixar os laboratórios e passaram a fazer parte das prateleiras e a passar sua vida útil sobre um mousepad nas casas e escritórios dos usuários. A partir deste momento, os mouses começam a ganhar formatos e capacidades cada vez mais ousadas. Assim, a indústria começa a explorar as necessidades de cada tipo de usuário para que os mouses consigam oferecer o nível de precisão do qual eles precisam. Designers, gamers, programadores e uma série de outras categorias de uso ganham mouses específicos para suas atividades.
Ao analisar essas necessidades e outras que vêm de um futuro não tão distante, os engenheiros da Microsoft começam a planejar o que podemos chamar de “supermouses”. Nada de trackball (bolinha) ou leds. Os mouses do futuro trabalham com superfícies sensíveis ao toque de maneira que os formatos também ficam bastante conceituais e diferentes do que nos acostumamos a chamar de mouse. Por mais que haja quem defenda o fim do mouse com a chegada de tablets e superfícies no estilo touchscreen, esta é uma tecnologia que não desaparecerá tão cedo.
Conheça agora alguns dos modelos mais modernos e até certo ponto estranhos que vêm sendo estudados como futuro produto para as lojas e para nossos mousepads!
Mouse Capacitivo
Assim como a tela do tão querido iPhone, este mouse funciona de acordo com os toques múltiplos que você dá na tela, ou neste caso, no mouse. A área que nos acostumamos a clicar agora não possui botões – trata-se de uma peça única com sensores feitos para reconhecer a posição dos seus dedos de acordo com a emissão de elétrons que correm pelos dedos, transmitindo a sequência em que o cursor deverá caminhar pela tela. Movimentos combinados como posicionar os dedos tal qual uma pinça, abrindo e fechando-os é possível redimensionar objetos na tela, por exemplo. Essa é uma tendência nascida nos computadores Apple e seus dispositivos móveis.
FTIR Mouse
(Mouse de Reflexão Total Interna Frustrada)
A superfície de acrílico transparente monitorada por uma câmera na base deste mouse de nome incomum faz dele um dos inventos mais interessantes para entrar no mercado dos mouses. O posicionamento dos dedos funciona tal qual um mouse convencional ao qual todos estamos acostumados. Entretanto, este modelo possui algumas diferenças que muito ajudam no dia a dia de qualquer usuário – casual ou profissional. Este modelo funciona da seguinte forma. O mouse possui uma base com uma fenda cheia de leds infravermelho que emitem seu sinal. Nesta fenda, encaixa-se uma placa curva de acrílico, na qual o sinal infravermelho deve ser difundido.
Na parte frontal da base, existe uma câmera que irá captar qualquer interferência no infravermelho propagado na área curva. Assim, o mouse identifica onde seus dedos estão e emite este sinal para o computador, que interpretará a movimentação. Este também é um mouse que suporta multitoque, tal qual acontece com as superfícies capacitivas.
Orb Mouse
Mouses com formas alternativas são bastante curiosos. É o caso do Orb Mouse, que recebeu este nome por se tratar de uma superfície redonda, como um meio globo. O funcionamento dele está relacionado a percepção de toda a mão do usuário. A estrutura dele é muito similar a um mouse pad que possui um suporte para não machucar suas articulações. Em vez de colocar o mouse no espaço redondo, cobre-se com o “orb”. No equivalente ao suporte, está a câmera que irá capturar todos os movimentos que forem feitos. As laterais das mãos ganham utilidade neste tipo de mouse, tal qual os outros dedos que não eram utilizados nos modelos convencionais...
Arty (Articulated) Mouse
Sem dúvida, este é o mouse mais ousado dos modelos que estão sendo estudados pela Microsoft. Em vez de investir em um suporte que abrangesse a mão por completo, o “Arty” dá ênfase aos dedos indicador e polegar para definir seus principais movimentos e a palma da mão para direcionar o movimento. Pode-se observar uma grande tendência aos movimentos no estilo “pinça” para aumentar, diminuir, rotacionar e executar uma série de outras interpretações do computador. Por isso, ele é tão revolucionário
Com uma base redonda e projetada para acomodar a palma da mão de maneira anatômica, o Arty também possuiu dois braços articulados com pontas redondas com a finalidade de abrigar as extremidades dos dedos. Dentro dessas pontas arredondadas existem botões para que o clique físico, como conhecemos, seja executado. Mesmo assim, este modelo ainda parece um tanto desconfortável e complicado de ser utilizado pelo público em geral. O sistema de movimentação dele funciona tal qual um mouse normal, mas têm a potência de três deles.
Side Mouse
Muita gente pode olhar para o pequeno bloco preto ligado a um cabo USB e pensar “Que diabos este negócio faz?!”. É bastante simples: trata-se do Side Mouse. O modelo é muito parecido com o FTIR Mouse, mas não possui os leds infravermelhos e a superfície de acrílico curvado. À primeira vista, pode-se dizer que é um “meio mouse”, mas este pequenino possui um enorme potencial. O Side Mouse oferece sua base para o suporte do punho e palma da mão, deixando os dedos livres para atuarem em qualquer superfície, já que logo atrás deles, na parte frontal da base há uma câmera para capturar a movimentação dos dedos.
Tanto este modelo, quanto outros como o FTIR, Orb e o capacitivo permitem o multitoque na sua superfície – ou seja, você pode usar vários dedos para executar tarefas e ainda se for necessário, usar as duas mãos no caso do Side Mouse. Isso só é possível por que este periférico não utiliza nenhuma superfície própria para que você faça seus movimentos. Assim, é possível colocar qualquer coisa capaz de mover-se em frente à câmera do Side Mouse e aguardar pela resposta na tela.
Mesmo que essas novas tecnologias pareçam o amanhecer de uma nova era, é preciso tomar alguns cuidados ao anunciar tecnologias tão revolucionárias. Isso porque velhos hábitos são muito difíceis de serem mudados. Isso quer dizer que a hegemonia do clique pode durar vários anos, afinal notou-se que os usuários se sentem um tanto perdidos sem que haja algo físico capaz de produzir o clique.
Por isso, modelos mais alternativos e futuristas como o Orb e o Side Mouse podem não ter tanto sucesso nas suas vendas quanto os outros. Afinal estes dois protótipos são bastante desafiadores do que nos acostumamos a chamar de mouse. O mesmo vale para a produção de teclados diferentes. Há alguns anos estudava-se a possibilidade de um teclado não físico, apenas projetado em frente ao monitor. Assim, quando o usuário tocasse algumas das teclas, geraria uma interferência no infravermelho e faria com que o computador interpretasse aquele caractere ou comando.
Ainda assim, todos os modelos apresentados pela área de desenvolvimento de hardware da Microsoft conseguem surpreender qualquer pessoa com as suas fantásticas ideias para o futuro de periféricos tão importantes. Então, se você pensava que o mouse logo ia morrer, depois da chegada das telas sensíveis ao toque, pode estar enganado. Afinal, a pesquisa e a produção de novos modelos para compor o seu computador ainda continuam e devem continuar por um bom tempo!
Entretanto, ainda é difícil prever o futuro desses hardwares, já que a tendência é transformar as utilidades para que o uso do computador fique cada vez mais intuitivo e simplificado tanto para os usuários leigos, quanto para os mais avançados. Por isso, se você se surpreendeu com estes modelos, fique ligado para o que deve chegar nos próximos anos. Nunca se sabe o que os desenvolvedores estão reservando para nós!
Fique ligado para mais novidades do mundo da tecnologia aqui na swild!
Até a próxima!
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