A princípio, o YouTube foi criado com a finalidade de permitir que usuários pudessem hospedar e compartilhar vídeos. A simplicidade da proposta conquistou o mundo da Internet por completo e revolucionou a maneira de as pessoas interagirem umas com as outras e de estabelecerem uma conexão com o mundo digital.
O conteúdo do site é muito variado, desde clipes musicais até brincadeiras entre amigos gravadas, e o fato das câmeras digitais — incluindo celulares equipados com uma — estarem mais acessíveis à população definitivamente contribuiu com o sucesso estrondoso do serviço.
Com uma câmera na mão, qualquer vídeo parece ser o material ideal para se colocar no YouTube: as peripécias daqueles que exageram na bebida durante as festas, uma aventura desastrada do animal de estimação, você mostrando alguma habilidade como cantar e dançar.
Até mesmo os episódios de sua novela, série, programa preferidos já podem ser vistos na rede do YouTube, o que nos trás um novo questionamento: Será que o YouTube irá acabar com a televisão?
As opiniões do artigo foram escritos por dois redatores da equipe do Baixaki (Marluce, e Elaine Martins) para justamente para apresentar argumentos distintos sobre o assunto.
A televisão vai sobreviver ao YouTube
É difícil negar com absoluta certeza que em um longo período de tempo isso seja possível, ainda mais levando em consideração o avanço da inclusão digital no mundo e, principalmente, a sobrevivência do YouTube durante todo estes anos, resistindo às inúmeras novidades que vão surgir com o objetivo de desbancar o site como o grande fenômeno que já é nos dias atuais.
De acordo com a pesquisa realizada pelo Ibope Nielsen Online, os brasileiros não só possuem o maior tempo de navegação (média de 48 horas e 26 minutos por internauta) como lideram a primeira posição com o maior número de acessos ao YouTube, ultrapassando os Estados Unidos (42 horas e 19 minutos) e Reino Unido (36 horas e 30 minutos).
Porém, outros dados do governo federal mostram um panorama um pouco menos otimista para os que não suportam televisão. Em 2006, por exemplo, um estudo do governo federal levantou que a Internet estava presente em apenas 14,5% dos domicílios brasileiros, enquanto que 97% das residências possuíam aparelho televisor.
Muitos podem alegar que preferem a televisão online por apresentar um melhor conteúdo, mas essa é uma questão relativa. Programas considerados de baixa qualidade ainda são transmitidos pelo simples fato de possuírem índices satisfatórios de audiência.
Outro fator que deve dificultar o domínio da rede do YouTube sobre a televisão é a questão dos direitos autorais. Você já deve ter passado pela experiência de finalmente conseguir encontrar o vídeo, mas ele é removido depois de certo tempo com a seguinte mensagem: “Este vídeo não está mais disponível devido à reivindicação de direitos autorais”.
Isso acontece porque alguns programas possuem sua produção vinculada a certas emissoras de televisão (ou filmes com copyrights protegidos pelas produtoras), que podem vetar a disponibilização dos vídeos na Internet. Assim, o público não terá acesso ao conteúdo integral dos programas na tela do computador, a não ser que a própria emissora disponibilize a programação no site oficial, como fez a MTV Brasil.
A situação mostra que a televisão não seria derrotada pelo YouTube, mas buscaria uma nova maneira de se comunicar com o telespectador, mesmo porque precisa necessariamente dele para exibir os vídeos. Como declarou o próprio Chad Hurley, cofundador do serviço, no evento Digital Age 2.0: “Não é o YouTube que matará a TV, mas sim a Internet”. Ou seja, ele é apenas um instrumento intermediário para acabar com a televisão como conhecemos. Será mesmo?
Pergunte para seus pais ou avôs como ficavam informados das últimas notícias antigamente. O rádio era a principal fonte de informações e entretenimento até os aparelhos televisores se tornarem populares no país. Para você ter uma ideia, a primeira transmissão no Brasil aconteceu somente em 1948 — 21 anos após a invenção da televisão —, imagina quanto tempo demorou para que as pessoas tivessem condições financeiras para adquirir um único aparelho?
Hoje em dia, mesmo que seja comum encontrar três ou mais televisores em uma casa, o rádio ainda existe e está presente no nosso cotidiano! O que mostra como as variadas mídias podem coexistir sem a necessidade de descartar uma delas.
O YouTube irá substituir a televisão
Que o YouTube é o mais bem sucedido portal de vídeos na Internet, ninguém duvida. A cada dia, mais e mais pessoas procuram por entretenimento e informações neste que foi considerado a maior invenção do ano em 2006. A televisão deixou de ser o principal meio de comunicação não apenas para os brasileiros, mas para centenas de milhares de pessoas em todo o mundo.
O fato de se comportar de maneira totalmente diferente à televisão convencional, que possui horários fixos na programação, conteúdo e assuntos definidos por um editor, etc., seja talvez o principal ingrediente de sucesso do YouTube. Portais de notícias já aderiram ao serviço de vídeos mais famosos da Internet para a distribuição de seu conteúdo visual (vídeos), ficando totalmente independentes da televisão.
Qualquer notícia da qual se ouviu falar é possível encontrar no YouTube. A vantagem é que o portal de vídeos reúne muito mais conteúdo do que a televisão. Não há apenas vídeos editados e cheios de efeitos, há também diversas produções feitas por amadores e que, da mesma forma que as caras produções televisivas, informam e entretém o usuário.
Sim, muitos famosos do YouTube estão agora na televisão. De fato, isto é verdade, mas se este serviço de vídeo não existisse a chance de que estas pessoas ainda estivessem no total anonimato perante o mundo, ou pelo menos o Brasil, é bem grande.
O conteúdo distribuído pelo YouTube não é restrito apenas ao país em que o usuário reside. É possível visualizar notícias, programas de auditório e filmes de qualquer país sem restrições e, o melhor de tudo, gratuitamente. Para se ter uma programação semelhante a esta na televisão é preciso pagar valores muitas vezes exorbitantes.
Que o YouTube não irá substituir a televisão por todo o mundo de uma só vez todos sabem. Mas gradativamente o portal de vídeos do Google (adquirido em 2006 pela empresa) vai entrando na vida das pessoas de tal maneira que a televisão, como é conhecida hoje, passou a ser dispensável, e ainda assim os usuários estão por dentro de tudo o que está acontecendo não apenas em seu país como no mundo inteiro.
Analisando as duas opiniões, você acredita que a revolução causada pelo YouTube pode derrotar um dos maiores meios de entretenimento, a televisão?
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