Desde o Macbook Air que diversas empresas lutam para desenvolver computadores portáteis cada vez mais poderosos sem perder estilo. Com a linha Adamo, a Dell passa muito próximo de acertar em cheio. O computador é poderoso, com capacidade suficiente para servir de computador de escritório, e mesmo assim é nítida a preocupação com o design da carenagem.
Claramente voltado ao mercado de luxo – até mesmo pelo seu preço, de R$ 7999 pelo modelo básico – o Adamo Onyx é uma obra de arte em quase todos os sentidos.
Beleza e performance
O chassis do portátil é construído a partir de um bloco único de alumínio, de maneira muito semelhante aos novos MacBooks Unibody. O perfil do notebook é mínimo, graças à sua espessura de 1,65 centímetros, e o cuidado com os detalhes em todos os pontos do visual é extremo.
Na parte posterior da carenagem, por exemplo, um gradil perfurado no metal apresenta uma distribuição elegante de pontos. Na tela, além da marca Dell e da webcam, a cobertura de vidro ocupando todo o espaço dá uma sensação leveza especial à máquina quando aberta (ainda que um cuidado especial na utilização seja válido, para não enchê-la de marcas de dedo).
A Máquina
Não é só no design que o Adamo Onyx se mostra com classe. Contando com componentes potentes, mesmo as configurações básicas do portátil se mostrar capazes de uso profissional pesado. O processador Intel Core 2 Duo de 1,2 GHz com tecnologia Centrino pode não ser o mais veloz do catálogo da gigante dos chips, mas a Dell acelerou a máquina através do padrão de memória RAM DDR3, que funciona em alta frequência.
Para completar o conjunto dedicado à velocidade, o Adamo Onyx vem equipado com um SSD (Solid state drive) de 128 Gb no lugar do disco rídigo magnético mais comum. Além disso, o Adamo Onyx já tem preparado para rodar em 64 bits, também aumentando a capacidade de processamento.
A bateria, pela especificação, aguenta cinco horas de utilização em cada ciclo de carga, mas testes de uso esgotaram as células em pouco mais de três horas. Para otimizar as cargas da bateria, o Adamo Onyx dispõe de sistemas de controle ambiental relativos à tela e ao teclado. Como ambos usam retro-ilumininação, em ambientes mais escuros o brilho de cada um muda. O teclado, nessas condições, fica mais claro e, portanto, fácil de visualizar. Enquanto isso o monitor WLED, para conservar energia e também aumentar o conforto na utilização, diminui a intensidade do brilho em ambientes mais escuros.
Sempre os detalhes
Além de toda a poderosa configuração, alguns pequenos detalhes evidenciam o tratamento “luxo” da linha Adamo. Todos os conectores do computador estão localizados na parte de trás do chassis, escondidos pelo monitor quando este está aberto. Assim, o visual do aparelho durante sua utilização é muito mais agradável sem perder nenhuma funcionalidade.
O touchpad do Adamo Onyx tem capacidade multitouch, e ainda que não seja tão versátil quanto os da Apple, permite os controles de zoom, rolagem etc.
Nem tudo são flores
Naturalmente, uma máquina com limitações físicas como o Adamo Onyx teve, em seu projeto, algumas escolhas importantes a serem feitas. A grande maioria destas opções preferiu manter o fator de forma do computador, mesmo que em detrimento de sua performance.
Entre as principais faltas do Adamo Onyx está a ausência de uma placa de vídeo dedicada. Ainda que o processador de gráficos do portátil seja eficiente para grande parte dos usos, não possibilita exageros em jogos, e não aguenta vídeos em HD 1080p. Ainda assim, o rendimento gráfico do notebook é satisfatório.
Mais grave do que a falta de vídeo dedicado é a inexistência de drive ótico. Certo, existe a opção de um leitor externo, porém em um equipamento que pretende ser ultraportátil, a ausência do leitor de CD e DVD atrapalha a instalação de aplicativos e a criação de backups.
Em testes comprovou-se que o Adamo Onyx também tem um problema de ruído, uma vez que no espaço confinado de seu gabinete os ventiladores responsáveis pela refrigeração do computador ressoam muito alto. Isso inclusive tira um pouco do sentido pela escolha do SSD no lugar do disco magnético, já que uma das principais vantagens da memória em chips é o silêncio.
Em termos de design, não existe dúvida de que o Adamo Onyx é primoroso, mas ainda assim apresenta suas falhas. Abrir a tampa exige um pouco mais de esforço do que esperado em um aparelho desse valor e classe, provavelmente devido a ímãs superdimensionados, e a bateria não pode ser removida pelo usuário. Com isso, a prática comum a muitos executivos de carregar uma bateria extra para quando não houver tomada disponível fica impossibilitada, prejudicando a aceitação do notebook em seu mercado principal.
Mas o principal problema do Adamo Onyx em relação ao seu projeto é o peso. Com 1,8 kg, o computador da Dell é muito mais pesado que seu principal concorrente, o Macbook Air, que pesa 1,36 kg.
Enfim...
O Adamo Onyx é uma máquina respeitável para usos menos exigentes, e pode assumir perfeitamente a função de computador de escritório. Por ser um item de luxo, deve agradar especialmente a altos executivos e empresários, uma vez que marcas com esse alinhamento também emanam uma aura de prosperidade nos negócios que pode ser muito interessante durante uma reunião importante.
Fora desse nicho de mercado, entretanto, o preço elevado e principalmente o peso do computador comprometem sua aceitação.
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