Primeiro foi o cinema que se rendeu à imagem tridimensional, tentando levar o espectador a mundos reais ou fastásticos e fazê-lo sentir-se dentro da história. Agora, a Fuji lança mais uma face da tecnologia de três dimensões para o grande público.
Com dois sensores de 10 Mp cada e um par de lentes Fujinon com zoom ótico de 3x, a FinePix 3D W1 está impressionando o mundo da fotografia com as novidades trazidas tanto na câmera quanto em termos de tecnologia acessória.
Profundidade desde o princípio
A primeira vista, a FinePix 3D W1 parece muito estranha. O formato “gordinho” da câmera vai contra a tendência de gadgets cada vez menores e mais finos. Apesar da câmera não ser maior em termos de dimensões gerais, a sensação de manuseio é um pouco esquisita. Os conjuntos óticos fazem com que o equipamento lembre – com um pouco de imaginação e boa vontade – um rosto sorridente, mas não é o design o verdadeiro atrativo da FinePix 3D W1.
A principal característica da câmera é, naturalmente, o sistema de imagem tridimensional. Desde o primeiro momento, o visor lenticular já mostra que a coisa é séria. Ao ligar a câmera, um logotipo 3D começa a aparecer na – ou seria através da? – tela. Ah, e um detalhe: isso já acontece sem precisar de nenhum óculos especial.
Para fazer com que o visor da câmera mostre as imagens em três dimensões, a Fuji aprimorou uma tecnologia já conhecida, chamada de superfície lenticular. Aplicando minúsculas lentes cilíndricas por todas as 2,8 polegadas do LCD foi possível criar o efeito estereoscópico a partir das camadas de emissão da imagem. Essas lentes substituem os clássicos óculos azuis e vermelhos normalmente associados com imagens tridimensionais em telas.
Ok, mas como isso funciona?
Os adolescentes das décadas de 1980 e 1990 provavelmente lembram-se dos livros da série “Imagem Mágica”, em que ilustrações tridimensionais causavam espanto – e traumas em quem não consegui vê-las – através do efeito estereoscópico.
Esses livros eram impressos em papel normal, com um pequeno deslocamento de cada componente da imagem 3D, o que exigia algum esforço de quem observava as páginas. Normalmente, era necessário “ficar vesgo” por alguns instantes até que a imagem tridimensional se formasse.
No caso do sistema da FinePix 3D W1, o “óculos” está aplicado por toda a superfície do LCD, fazendo o direcionamento de cada imagem de forma que basta olhar para a tela e a profundidade estará lá.
Esse mesmo sistema lenticular também é utilizado nas duas opções de visualização oferecidas pela Fuji além da câmera. O V1, um porta-retratos digital, e os papéis fotográficos especiais para imprimir as fotos tridimensionais.
Toda a altíssima tecnologia utilizada na câmera é baseada em três peças essenciais. As lentes Fujinon, que exceto formarem um par estereoscópico, são as mesmas utilizadas em todas as câmeras digitais da marca; os sensores CCD e seu processador, que permitem a captação da imagem sem perda alguma de qualidade, uma vez que ambos são do mesmo tamanho dos sensores usados nas câmeras 2D; e o suporte das lentes, que garante o alinhamento exato dos conjuntos óticos para maximizar a representação de profundidade.
É fácil de fazer!
No total, são 13 ajustes automáticos de captura que podem ser usados tanto para imagens 3D como para fotografias bidimensionais. Essas configurações incluem os modos de retrato, paisagem, esporte, foto noturna e assim por diante.
Para quem já tem mais conhecimento de fotografia, a câmera também permite ajustes manuais, com regulagem de exposição por combinação de abertura e velocidade do obturador, além do modo de prioridade de abertura, para controle da profundidade de campo.
Outros dois ajustes importantíssimos se referem exclusivamente ao modo de captura 3D.
Cada foto é diferente das outras, e isso não vai mudar só porque a câmera tem dois conjuntos de captura. Assim, para fotografar um retrato ou uma paisagem, são necessárias adaptações em como a imagem é mostrada nas telas lenticulares ou no papel especial. Para garantir o melhor resultado sempre, a FinePix 3D W1 oferece um sistema de correção de paralaxe. Com ele, é possível aumentar ou diminuir a separação das imagens que compõem o par esteroscópico, otimizando o efeito tridimensional.
A outra adaptação é necessária para fotografias de temas muito próximos à câmera, normalmente encontrados na fotografia macro. Obter imagens tridimensionais de flores, insetos e outros tantos temas com a FinePix 3D W1 é apenas um pouco mais complicado do que obtê-las normalmente.
Para fotografar em macro 3D, a câmera utiliza apenas um dos conjuntos de captura, pois a distância de focalização para macro é mais curta do que o “campo de visão” do par estereoscópico. Portanto, como a imagem tridimensional da câmera é obrigatoriamente composta por um par de imagens feitas de ângulos diferentes, é necessário fotografar o mesmo tema duas vezes, com uma pequena alteração de posição da câmera entre os dois disparos. Para ajudar na composição e no alinhamento das duas imagens, a câmera mostra, entre os disparos, a primeira foto como uma camada semitransparente por cima da visualização normal da tela.
Mas eu só consigo fotos tridimensionais?
Claro que não! Para você não precisar carregar duas câmeras em uma viagem ou passeio, a FinePix 3D W1 também permite tirar fotografias normais, como se fosse qualquer outra câmera da série FinePix.
Só que, como a câmera carrega dois conjuntos de captura completos, e tem processamento para fazer uso de ambos ao mesmo tempo, uma nova maneira de fotografar é possível.
Ao ativar o modo 2D, é possível escolher utilizar os dois sensores independentemente. Isso abre um leque interessante de possibilidades de fotografia.
Por exemplo, uma mesma cena pode ser fotografada através de uma lente configurada como grande angular e com qualquer outra combinação de zoom que a câmera ofereça.
Outras combinações possíveis envolvem a cor – sendo possível fotografar em cores e em preto-e-branco ao mesmo tempo – ou a sensibilidade do filme, permitindo fotos congelando o movimento de um determinado objeto em um dos sensores, e deixando este mesmo movimento borrado na lente ao lado, ou então como “medida de segurança” em situações de dúvida sobre a melhor configuração.
Outra possibilidade é transformar a FinePix 3D W1 numa câmera action sampler. Esse tipo de câmera – normalmente dotada de várias lentes – dispara cada obturador com um pequeno intervalo, praticamente fazendo uma animação quadro-a-quadro de certa ação.
O que mais?
Mesmo as funções mais bacanas e as imagens com a melhor qualidade possível não valem tanto se você tem que se matar para conseguir qualquer resultado. Assim sendo, a FinePix 3D W1 apresenta uma interface simples e amigável.
Os botões são grandes e estão todos dispostos nas laterais do visor LCD, e são iluminados para facilitar a leitura em ambientes escuros. Destes, um botão – no canto esquerdo inferior da câmera – é essencial. É ali que você alterna entre os modos bi- e tridimensional.
No visor, as opções de menu e a interface gráfica da câmera são mostradas em três dimensões também, um lembrete da capacidade impressionante da FinePix 3D W1.
Outra grande vantagem da câmera é ser equipada com o sistema IrSS, uma porta de transmissão infravermelha de alta velocidade. Através dessa porta, é possível compartilhar as imagens e vídeos da câmera com o portarretrato digital V1, e com qualquer outro equipamento – inclusive impressoras – dotadas da tecnologia. Com isso, torna-se desnecessária a retirada frequente do cartão de memória da câmera, protegendo os contatos de leitura.
Detalhes e especificações
A FinePix 3D W1 é uma câmera com dois sensores de 10 Mp e 1 x 2,3 polegadas de tamanho.As lentes Fujinon com limite de abertura 3.7 – 4.2 permitem zoom ótico de 3x e têm distância focal de 6,3-35 (equivalente a uma lente 18,9-105 para formato 35 mm).
Para armazenar imagens e vídeos – tanto tri quanto bidimensionais – o aparelho conta com aproximadamente 42 Mb de memória interna, além de aceitar cartões de memória SD e SDHC até 16 Gb. A conexão da câmera com o computador acontece através da porta USB 2.0 de alta velocidade.
As imagens produzidas pela FinePix 3D W1 são salvas em JPG (foto) e AVI (vídeo) para a regulagem bidimensional e em MPO (foto, com a opção de um JPG anexo) e 3D-AVI (vídeo). Os metadados das imagens são incluídos seguindo o padrão EXIF 2.2, e incluem informações sobre a captura e instruções para impressão das fotografias.
A regulagem de sensibilidade do sensor permite variar o valor de ISO entre 100 e 1600, sendo também possível deixar a seleção de sensibilidade a cargo da câmera.
Os modos de captura possíveis são: luz natural, luz natural com flash, retrato, paisagem, esporte, noturno, noturno (tripé), pôr-do-sol, neve, praia, subaquático, festa e anti-borrão. As velocidades de obturador vão desde três segundos (modo noturno em tripé) até um milésimo de segundo em todos os outros modos de exposição. Nos modos noturnos, o disparo mais rápido ocorre em até 1/500 de segundo.
Em cartões de 16 Gb, a câmera consegue criar até pouco mais de 1000 fotos tridimensionais ou mais de 3000 fotos bidimensionais (ambos em qualidade máxima), ou gravar até 114 minutos de filmes 3D ou 224 minutos de filmes 2D (ambos em qualidade VGA 640 x 320).
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