E a batalha continua. As notícias a respeito de um novo formato de áudio digital que será lançado em breve colocaram mais lenha na fogueira das brigas entre serviços e usuários de programas para download de músicas, artistas e indústria fonográfica. Sony, Warner, Universal e EMI resolveram unir forças e combater o avanço do compartilhamento indiscriminado de áudio pela Internet.
A proposta das grandes gravadoras é lançar um novo formato chamado CMX, perto do mês de novembro. Este formato deixa de ser apenas mais um no conturbado mundo da música, onde o MP3, WAV, ACC, OGG e muito mais brigam entre si na preferência do ouvinte. A nova proposta do formato CMX é ir além de apenas faixas de áudio, mas trazer em um arquivo com a música, no caso dez faixas, a capa do disco, clipes, letras e conteúdo para celular em um só download. Resumindo, é uma nova tática para tentar agregar valor à música digital.
Além da briga com o MP3, o CMX já está gerando polêmica, pois de acordo com os desenvolvedores do projeto, ele teria sido apresentado há dois anos à Apple, que na época rejeitou a oferta. Contudo, a Apple anunciou recentemente que irá lançar o Cocktail, mais uma forma de venda de conteúdo pelo iTunes. Como ambos não foram lançados e as informações relativas aos formatos ainda não são oficiais, não é possível saber as diferenças entre CMX e Cocktail e, até mesmo, se haverá alguma.
Ninguém duvida que a Apple é uma das dominantes no campo da música digital. Desde o lançamento dos iPods, a empresa de Steve Jobs se tornou referência no quesito players de áudio, assim como chiclete se tornou sinônimo de goma de mascar e cotonete de hastes flexíveis, basta falar em tocador de música digital que o iPod vem à mente, mesmo que o player seja de outra marca.
Por isso, uma das dúvidas acerca do CMX é se ele será compatível com o iTunes, afinal a loja da Apple é referência no quesito de compra e venda de música digital. Os desenvolvedores do CMX, provavelmente, vão levar em consideração os dados conquistados pela Apple, onde estima-se que mais de 200 milhões de iPods já foram vendidos desde o seu lançamento em 2001, isso, sem contar os iPhones.
Se as grandes gravadoras desejam inserir mais um produto no acirrado mercado musical, precisam escolher muito bem em quais álbuns investir. Por isso, especula-se que os primeiros a terem as faixas disponíveis em CMX serão os irlandeses do U2. Obviamente, para dar o ponta-pé nas vendas, é necessário ter um representante de peso como a banda irlandesa que além de estar no ranking dos 100 discos mais vendidos da história, com The Joshua Tree, ainda agita multidões pelo mundo.
Com a data da morte do CD se aproximando, assim como foi com o vinil e K7, a indústria fonográfica não pode ser dar ao luxo de ver sua mercadoria espalhada em programas P2P ou compartilhada de forma ilegal, afinal interesses e muito dinheiro estão em jogo. O CMX pode ser a luz no fim do túnel para as grandes, pois é uma tentativa de agregar valor ao conteúdo digital e tentar construir a cultura do “pague pelos direitos autorais e leve mais que a música”, assim como era com o CD.
A receita não é nova, pois o iTunes conseguiu se tornar a maior varejista de música dos EUA, de acordo com a pesquisa do NPD Group. Isso mostra que as pessoas estão dispostas a comprar música pela Internet, ainda mais que os riscos provenientes do download de vírus em programas P2P é constante.
Tentando recuperar o tempo perdido, gravadoras e artistas buscam uma solução para combater o crescimento de seus inimigos e retomar o posto de únicas fontes de música. Será que o CMX não é mais uma tentativa de vender mais do que o consumidor quer? Afinal, na era do CD, você tinha que comprar o disco todo para ouvir algumas faixas. Hoje, é possível escolher o que quer ouvir e pagar (ou não) apenas pelo o que você quer.
E você usuário? Se as grandes gravadoras lançarem esta nova forma de comprar e consumir música você vai aderir? Deixe sua opinião e continue a acompanhar a chegada de mais novidades aqui no Baixaki.
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